5 causas de caroço no testículo e como tratá-las

homem com dor nos testiculos

A presença de um caroço no testículo é algo que gera grande preocupação nos homens.

Essa condição pode ser o resultado de alterações benignas ou malignas. Por isso, a sua investigação é fundamental.

O objetivo deste artigo é explicar as principais causas de caroço no testículo e como tratar cada uma delas.

O que é um caroço no testículo?

É a presença de um nódulo, massa ou mudança na textura e tamanho do testículo.

É um termo popular para descrever uma alteração nos testículos, normalmente identificada a palpação.

Este “caroço” pode apresentar diversos tamanhos, extensões e ser proveniente das seguintes estruturas:

  • Bolsa escrotal;
  • Testículos;
  • Epidídimo;
  • Ducto deferente;
  • Região inguinal.
diversos nódulos e caroços no testículo
Os nódulos ou caroços podem ser causados por diversas doenças, tanto benignas quanto malignas nos testículos.

Quais sintomas um caroço no testículo pode causar?

Na maioria dos casos, ele não causa sintomas.

No entanto, alguns podem manifestar:

  • Dor nos testículos;
  • Endurecimento;
  • Desconforto na região da virilha;
  • Sensação de peso na bolsa escrotal;
  • Vermelhidão;
  • Maior sensibilidade.

Estes sintomas variam de acordo com a causa e a extensão de cada doença.

O que causa um caroço no testículo?

1. Câncer de testículo

O câncer de testículo é uma das principais causas de caroço no testículo e a que mais exige atenção.

Ele deve ser sempre investigado, pois é uma doença progressiva e fatal, caso não seja devidamente identificado e tratado.

Acomete homens principalmente na faixa etária dos 15 aos 40 anos (a depender do tipo de tumor).

Apresenta diversos tipos, sendo basicamente divididos em tumores de células germinativas e não germinativas.

De acordo com um estudo científico publicado na revista Urology, o tumor de células germinativas é um dos tipos de câncer mais prevalentes em homens jovens, com taxa de cura em torno de 95%.

Normalmente surgem como um caroço indolor que é identificado através do exame físico pelo próprio homem.

A suspeita diagnóstica é feita através:

  • Exame físico;
  • Marcadores tumorais: alfafetoproteína, BHCG e DHL;
  • Ultrassonografia doppler;
  • Exames de estadiamento, como a tomografia.

No entanto, este diagnóstico só é confirmado após a cirurgia para a retirada do testículo acometido e análise microscópica.

Dessa forma, é possível saber o tipo de tumor e suas características específicas.

Este é o método de confirmação diagnóstica e também o tratamento para os tumores de testículos localizados.

Após a cirurgia, o médico urologista deve acompanhar a doença a longo prazo através do exame físico, marcadores tumorais e exames de imagem.

Isso é fundamental para identificar recidivas tumorais locais ou a distância.

2. Cisto de Epidídimo

Esta é uma condição benigna em que uma coleção líquida se forma acima do testículo, em uma estrutura chamada epidídimo.

Os cistos podem ser únicos ou múltiplos e estarem localizados em diferentes porções do epidídimo.

Acometem mais indivíduos adultos acima dos 40 anos.

Normalmente são pequenas estruturas que não causam desconforto ou dor, identificadas ao acaso durante exames de rotina.

No entanto, quando atingem tamanhos maiores, podem causar sintomas ou serem identificadas durante a palpação testicular como um nódulo ou caroço.

O diagnóstico é feito através do exame de ultrassonografia e o tratamento é indicado somente para casos sintomáticos ou quando atingem grandes dimensões.

O tratamento é realizado com uma cirurgia para aspiração do cisto e ressecção do mesmo com ou sem a retirada do epidídimo.

3. Orquiepididimite

É uma inflamação dos testículos e epidídimo, também chamada de orquite, que acomete principalmente adolescentes e idosos.

Pode ser aguda ou crônica e atingir somente um testículo ou ambos.

Nos indivíduos mais jovens, ocorrem predominantemente por bactérias sexualmente transmissíveis como a clamídia e o gonococo.

Já nos idosos, os principais agentes são bactérias do próprio trato urinário, que se proliferam pelo acúmulo de urina e dificuldade de esvaziar a bexiga.

Esta doença costuma causar sintomas, sendo os principais:

  • Vermelhidão testicular;
  • Endurecimento ou caroço no testículo;
  • Dor;
  • Inchaço testicular.

Ela é identificada através do exame físico, história clínica e ultrassonografia doppler, que irá evidenciar um aumento do fluxo de sangue nesta região, devido a inflamação.

O tratamento é feito com o uso de antibióticos.

4. Hérnia inguino-escrotal

A hérnia inguino-escrotal é uma alteração em que há a passagem de conteúdo abdominal para a bolsa escrotal, devido a uma fragilidade na parede abdominal.

Ela acomete mais homens:

  • Acima dos 70 anos;
  • Constipados;
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • Histórico familiar.

Estas hérnias podem ser silenciosas, assintomáticas.

No entanto, uma parcela significativa de pacientes apresenta dor ou desconforto na região inguinal, que irradia para o testículo, principalmente ao realizar esforço físico ou tossir.

É importante lembrar que a hérnia também pode encarcerar ou estrangular, complicações graves que devem ser tratadas imediatamente.

O tratamento da hérnia inguino-escrotal não complicada é realizado através de uma cirurgia para o fechamento desta fragilidade, associado ou não a inserção de uma tela, que previne a recidiva da hérnia.

5. Hidrocele

O acúmulo de líquidos envolvendo os testículos é chamado de hidrocele testicular.

Esta doença pode surgir por diversas causas:

  • Traumas;
  • Cirurgias;
  • Inflamações nos testículos;
  • Congênita.

Independente da causa, essa condição pode ser discreta ou volumosa e acometer um ou ambos os testículos.

Quando atinge grandes volumes, provoca a sensação de peso ou caroço na região e desconforto estético.

O seu diagnóstico é feito através do exame físico, transiluminação e ultrassom.

O ultrassom é fundamental para diferenciar a hidrocele de outras doenças semelhantes, como a hérnia inguino-escrotal.

O tratamento é indicado para pacientes sintomáticos através da cirurgia de hidrocele.

Este é um procedimento simples e rápido, em que o líquido é aspirado e a túnica vaginal do testículo é invertida, a fim de evitar recidivas.

Como diagnosticar um nódulo ou caroço no testículo?

A diferenciação entre as diversas causas de caroço no testículo é realizada pelo médico urologista.

Ele irá realizar o exame físico do abdome, região inguinal, testicular e perineal.

A seguir, ele solicitará exames para complementar a suspeita diagnóstica, como:

  • Exames de sangue;
  • Urina 1 e urocultura;
  • Marcadores tumorais;
  • Ultrassom doppler testicular e inguinal;

A partir disso, será possível identificar as causas e iniciar o tratamento específico.

Como tratar os caroços nos testículos?

O tratamento do caroço no testículo é extremamente variável e depende da sua causa.

Mas de forma geral, podem ser:

  • Conservador: quando a suspeita de caroço na verdade é proveniente de estruturas normais dos testículos (epidídimo, ducto deferente).
  • Acompanhamento: quando há a presença de alterações benignas não cirúrgicas no momento (cisto de epidídimo, espermatocele).
  • Antibióticos: devido a infecções testiculares.
  • Cirúrgico: tumores, hérnias e hidroceles.

No entanto, é essencial a avaliação do médico urologista para diferenciar as múltiplas causas e orientar o tratamento adequado.

Conclusão

Neste artigo, explicamos as principais causas de caroço no testículo e os diferentes tipos de tratamento, de acordo com cada causa.

Esta é uma condição que exige investigação imediata, pelo risco de ser uma doença maligna.

Espero que tenham gostado do artigo!

Um abraço.

Perguntas frequentes

É normal ter um carocinho no testículo?

Não. O surgimento de qualquer tipo de carocinho nesta região deve ser investigado pelo médico urologista para afastar doenças como o câncer de testículo, inflamações, cistos e outras alterações.

Como é o caroço do câncer de testículo?

É um caroço duro, normalmente indolor e de crescimento progressivo.

No entanto, o simples aspecto do caroço é insuficiente para garantir a presença ou não do câncer.

Nestes casos, recomendamos que o homem seja examinado pelo médico urologista, realize exames como os marcadores tumorais e a ultrassonografia doppler, a fim de diferenciar esta de outras causas de caroços nesta região.

Referências

  1. Goldberg, Hanan et al. “Germ Cell Testicular Tumors-Contemporary Diagnosis, Staging and Management of Localized and Advanced disease.” Urology vol. 125 (2019): 8-19. doi:10.1016/j.urology.2018.12.025
  2. Instituto Nacional de Câncer (INCA). https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/testiculo
  3. Henriques, Daniel et al. “Prevalence and Management of Incidental Testicular Masses-A Systematic Review.” Journal of clinical medicine vol. 11,19 5770. 29 Sep. 2022, doi:10.3390/jcm11195770

Artigo escrito por:

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Dr. Eduardo Costa

Dr. Eduardo Costa (CRM: 175220-SP / RQE: 103714) é médico cirurgião urologista formado pela FMABC em São Paulo, onde realizou a sua graduação, residência médica de Cirurgia Geral e Urologia. Após a formação, realizou Fellow em Uro-Oncologia na FMABC e se especializou em Cirurgia Robótica e procedimentos minimamente invasivos (videolaparoscopia e laser).

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