Qual exame detecta pedra nos rins?

médico olhando para um exame de tomografia

Se você já sofreu com a dor excruciante de uma pedra no rim, sabe o quanto essa condição pode ser dolorosa e debilitante.

Mas você sabe qual exame detecta pedra nos rins?

Entender sobre esse assunto é algo de grande importância para o seu tratamento adequado.

Desta forma, o objetivo deste artigo é explicar sobre os exames que podem detectar as pedras nos rins.

O que são as pedras nos rins?

Antes de falarmos dos exames que detectam pedra nos rins, é preciso saber o que é um cálculo renal e como ela se forma.

Em suma, as pedras nos rins são formações sólidas compostas de sais minerais que se cristalizam na urina.

Elas podem variar em tamanho e permanecerem silenciosas, sem causar sintomas por muitos anos.

No entanto, quando ela migra e entope o ureter, ela pode causar sintomas súbitos e intensos, que exigem tratamento médico.

Quais são os sintomas das pedras nos rins?

Os sintomas das pedras nos rins são variáveis, sendo os principais:

  • Dor intensa nas costas ou na barriga;
  • Dor ao urinar;
  • Náuseas e vômitos;
  • Urina com sangue;
  • Urina com odor forte ou desagradável;
  • Sensação de urgência para urinar.

Caso você apresente algum destes sintomas ou esteja suspeitando que está com pedra nos rins, é fundamental procurar um médico urologista para realizar a investigação com uma série de exames.

Quais são os exames que detectam as pedra nos rins?

Existem vários exames que podem ser úteis para identificarmos as pedras nos rins.

Eles são divididos em exames com ou sem radiação.

Todos os exames fornecem informações diferentes que podem ser utilizadas em conjunto para o diagnóstico definitivo das pedras nos rins.

pote com urina amarelada e um exame de urina ao lado
O exame de urina pode apresentar indícios de pedras nos rins.

Exames sem radiação

Exame de urina tipo 1

O exame de urina é um dos exames mais simples e comuns que podem sugerir a presença de cálculos renais.

O exame consiste em analisar a urina em busca de alterações que sugiram a presença de um cálculo renal.

Estes sinais são: sangue na urina, cristais e a presença ou não de infecção urinária associada.

Embora o exame de urina possa indicar a presença de uma pedra nos rins, ele não é capaz de confirmar a presença desta ou de estipular o tamanho ou a localização da pedra.

Somente fornece informações sugestivas de cálculos renais.

Ultrassonografia dos rins e vias urinárias

Este é o principal exame inicial, fundamental para a investigação das pedras nos rins.

A ultrassonografia é um método não invasivo, sem uso de radiação, que funciona através de ondas sonoras que formam imagens e podem identificar as pedras nos rins.

É essencial para verificar o tamanho dos cálculos renais, a localização e se há dilatação do trato urinário.

Ele também é importante para o seguimento de pacientes portadores de cálculos renais, pois é um método que não expõe o paciente à radiação, podendo ser realizado periodicamente.

No entanto, este exame apresenta diversas limitações:

  • Pode superestimar o tamanho do cálculo (relatar que ele é maior do que realmente é)
  • Dificuldade para delimitar a real posição do cálculo (cálice superior, médio, inferior do rim)
  • Identificar cálculos que migraram para o ureter
  • Visualizar a posição exata dos cálculos ureterais

Exames com radiação

Raio-X (radiografia de abdome e pelve)

A radiografia de abdome e pelve é outro exame básico que pode ser utilizado para a detecção de cálculos renais.

O exame usa radiação para “fotografar” o abdome e pelve, a fim de identificar imagens sugestivas de pedras nos rins.

No entanto, este é um método mais antigo, que é pouco utilizado atualmente.

Isso se deve ao fato de que pequenos cálculos podem estar presentes e não serem visualizados através deste exame.

Existem também alguns tipos de cálculos – como o de ácido úrico – que são radiotransparentes, ou seja, não são visualizados por meio deste método.

Sendo assim, ele é um método possível, mas pouco utilizado, devido a superioridade de novos métodos disponíveis atualmente, como a tomografia.

exame de tomografia identificando uma pedra no rim com um círculo vermelho
Pedra no rim detectada na tomografia computadorizada (círculo vermelho).

Tomografia computadorizada de abdome e pelve sem contraste

A tomografia computadorizada é o método de escolha e o mais utilizado para a identificação precisa dos cálculos renais.

A tomografia é um exame em que através da radiação são realizadas centenas de “fotografias” que se juntam e formam uma imagem única, detalhada do interior do corpo.

Ela pode ser acompanhada ou não da infusão de contraste com iodo.

A tomografia é o padrão ouro para identificar:

  • Tamanho e localização dos cálculos dentro dos rins, ureter ou bexiga
  • Densidade (dureza) dos cálculos
  • Distância do cálculo ureteral até a bexiga ou rim
  • Presença de dilatações renais
  • Distância da pele até o cálculo renal, informação necessária para certos tipos de tratamentos de pedra no rim
  • Identificação de malformações renais (rins em ferradura, duplicidades ureterais, mal formações ou anomalias de rotações renais)
  • Presença de borramentos de gordura ao redor dos rins, sinal sugestivo de infecção nos rins

Segundo uma revisão sistemática, publicada no Journal of Urology, a tomografia computadorizada de baixa dose (uma nova modalidade), também pode ser uma alternativa para a identificação de cálculos renais.

Esta apresenta a vantagem de diminuir a dose de radiação aplicada ao paciente, que devido aos cálculos renais pode ter de realizar múltiplas tomografias ao longo da vida.

Qual exame detecta infecção nos rins?

A infecção nos rins é detectada pelo conjunto de exames: exame de sangue completo, urina com urocultura e a tomografia de abdome e pelve com contraste iodado endovenoso.

A partir destes exames, será possível identificar a infecção dos rins e verificar se ela ocorreu secundária a uma obstrução do trato urinário (pielonefrite obstrutiva) ou não.

Caso seja identificada uma obstrução (por um cálculo renal, por exemplo), a desobstrução é essencial para o tratamento.

A infecção nos rins ou pielonefrite deve ser prontamente investigada, a fim de iniciar precocemente o tratamento com antibióticos e a cirurgia para desobstrução das vias urinárias (quando necessária).

Essa desobstrução pode ser realizada através da nefrostomia ou da passagem de cateter duplo J.

Caso contrário, pode evoluir para uma infecção de múltiplos órgãos que pode ser até fatal.

Qual exame de sangue detecta pedra nos rins?

Não é possível detectar pedras nos rins através de exames de sangue.

No entanto, o exame de sangue é essencial para identificar outras condições relacionadas aos rins, como alterações da função renal ou infecções.

Conclusão

Se você está sofrendo com dores nas costas, náuseas é possível que esteja com pedras nos rins.

Neste artigo, discutimos os principais exames utilizados para detectar pedra nos rins, assim como suas características específicas.

Espero que vocês tenham gostado do artigo!

Um abraço.

Perguntas Frequentes

Os exames para detectar pedras nos rins são dolorosos?

Não, os exames não são dolorosos.

No entanto, a cólica renal é muito dolorosa.

Desta forma, sempre realizamos os medicamentos para controle da dor antes de realizar os exames, para evitar desconfortos.

Qual o melhor exame para detectar pedra nos rins?

Tomografia de abdome e pelve sem contraste.

Este exame é capaz de identificar precisamente os cálculos renais, ureterais e na bexiga, além de fornecer informações sobre o tamanho, localização, densidade do cálculo (dureza), distância do cálculo da bexiga ou do rim, entre outros dados.

Referências

  1. Moore, Christopher L et al. “Imaging in Suspected Renal Colic: Systematic Review of the Literature and Multispecialty Consensus.” The Journal of urology vol. 202,3 (2019): 475-483. doi:10.1097/JU.0000000000000342
  2. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/calculo-renal-pedra-no-rim/

Artigo escrito por:

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Dr. Eduardo Costa

Dr. Eduardo Costa (CRM: 175220-SP / RQE: 103714) é médico cirurgião urologista formado pela FMABC em São Paulo, onde realizou a sua graduação, residência médica de Cirurgia Geral e Urologia. Após a formação, realizou Fellow em Uro-Oncologia na FMABC e se especializou em Cirurgia Robótica e procedimentos minimamente invasivos (videolaparoscopia e laser).

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